17 novembro 2014

GEB

GEB

No começo dos tempos, quando nada ainda havia sido criado, o Deus-Sol existia só numa massa aquosa que cobria o universo. Então, ele concedeu duas outras deidades, cuspindo-as de sua boca: O Deus Shu, personificação do ar e a Deusa Tefnut, personificação do orvalho. Ambos, por sua vez, geraram duas crianças gêmeas: Geb, o Deus-terra, e Nut, Deusa do céu. 

Finalmente, Geb e Nut deram à luz quatro crianças: Osíris e sua esposa Ísis, Seth e sua espoa Néftis. Esses nove Deuses compunham a enéade de Heliópolis, a mais imortante congregação de Deuses do panteão egípcio. Geb, que também pode ser citado nos textos egípcios como Seb, Keb, Kebb, Qeb ou Gebb, sendo originário, de acordo com a doutrina heliopolitana, de uma linhagem de importantes Deuses e representando a terra, desempenhava papel de destaque na mitologia egípcia. 

Geb é o Deus egípcio da terra, e também é considerando Deus da morte, pois acreditava-se que ele aprisionava espírito maus, para que não pudessem ir para o céu. Estimula o mundo material dos indivíduos e lhes assegura enterro no solo após a morte. Umedece o corpo humano na terra e o sela para a eternidade o túmulo. Este Deus muitas vezes é retratado sob Nut sua esposa, a Deusa que representa o céu, juntos os dois formam a união entre a terra e céu. Geb é usualmente representado na forma de um homem barbado trazendo na cabeça um ganso ou a Coroa Branca com adornos, conhecida por Coroa Ritual (atef). Também podia ser retratado simplesmente como um ganso, palavra cuja grafia em egípcio também era Geb, e essa ave era seu símbolo, seu animal sagrado e fazia parte da grafia de seu nome em hieróglifos.



GEB é usualmente representado na forma de um homem barbado trazendo na cabeça um ganso ou a Coroa Branca com adornos, conhecida por Coroa Ritual (atef). Também podia ser retratado simplesmente como um ganso, palavra cuja grafia em egípcio também era Geb, e essa ave era seu símbolo, seu animal sagrado e fazia parte da grafia de seu nome em hieróglifos: 






Por essa associação com o ganso ele é amiúde denominado o Grande Cacarejador e sua filha Ísis às vezes recebia o epíteto de Ovo do Ganso. Geralmente surge como um homem com a pele verde ou preta, a cor das coisas vivas: a vegetação e o lodo fértil do Nilo, respectivamente. Também frequentemente era desenhado deitado de lado sobre a terra, com plantas brotando de seu corpo. Sendo o Deus-terra, a terra formava o seu corpo e era chamada de A Casa de Geb, assim como o ar era chamado de A Casa de Shu, e o céu A Casa de Rá. Outra crença era a de que ele era a divindade supridora dos minerais e das pedras preciosas e, por isso, também era o Deus das minas. Em síntese, era um Deus provedor de tudo: pedras, alimentos, plantas que cresciam às margens do Nilo, etc. Os terremotos, acreditava-se, eram as risadas de Geb.
Em hinos e outros composições o Deus Geb é denominado de erpa, ou seja, pai ou chefe hereditário dos Deuses, numa alusão aos seus quatro filhos. Originalmente Deus da terra e da fertilidade, mais tarde passou a ser uma divindade dos mortos já que é no seio da terra que os mortos são depositados. Nesse sentido ele desempenha papel muito importante no Livro dos Mortos. Ali ele aparece como um dos Deuses que assistem à pesagem do coração do defunto no Saguão das Duas Verdades. A pessoa com integridade moral, conhecedora das palavras mágicas necessárias, seria capaz de se evadir da terra e Geb as guiava para o céu e dava-lhes alimento e bebidas. Os maus, entretanto, seriam presas fáceis de Geb, que, então, aprisionava o morto em seu próprio corpo — a terra. Assim como a Deusa Nut era representada frequentemente na tampa dos ataúdes, Geb era representado no fundo, de maneira que o defunto ficava enclausurado entre as duas divindades.
Os egípcios acreditam que nos tempos pré-históricos o país tinha sido governado por Deuses, que estavam fisicamente presentes. Algumas listas bem antigas de reis apresentam o terceiro faraó divino como tendo sido Geb. Rá e Shu gavernaram antes dele e Osíris, depois. O Deus-terra teria defendido o direito de Hórus de ocupar o trono quando da luta deste contra Seth e, por isso, era entendido como divindade protetora do faraó. E já que os egípcios acreditavam que o faraó era a imagem viva de Hórus, o rei era conhecido como o Herdeiro de Geb. E ainda mais, em homenagem ao grande rei que ele havia sido e pela admiração que granjeara como soberano, o trono do faraó era conhecido pelo epíteto de O Trono de Geb. Uma estela do Período Tardio (c. 712 a 332 a.C.) narra como Geb se apaixonou pela própria mãe, Tefnut. Ele a desejava ardentemente e viajou por todo o Egito até que seu pai, Shu, que era o faraó reinante, morresse. Nesse dia, Geb entrou no palácio de seu pai em Mênfis, procurou Tefnut e estuprou-a violentamente. Ao que parece, ele não foi punido por isso. Tornou-se um rei poderoso e ganhou o título exclusivo de Herdeiro dos Deuses.
Não existia um distrito ou cidade dedicada especificamente a essa divindade. Não sabemos em que localidade ela foi cultuada pela primeira vez. Sabe-se, entretanto, que uma certa extensão das propriedades do templo em Apolinópolis Magna foi dedicada a esse Deus e que um dos nomes da cidade de Dendera era a casa dos filhos de Geb. Mas o seu principal centro de culto parece ter sido Heliópolis, onde ele e sua esposa Nut produziram o Grande Ovo do qual se originou o Deus-Sol na forma de um pássaro conhecido pelos egípcios como Ave Benu e pelos gregos como Fênix. O ovo sempre foi, para os antigos egípcios, um símbolo de renovação, simbolismo que até hoje mantemos por ocasião da páscoa.





O céu é o corpo de Nut, arqueado de horizonte a horizonte. Geb é a terra, situado abaixo dela. Durante o dia, Nut e Geb estão separados, mas a cada noite Nut vem para baixo para encontrar Geb e isso faz com que a escuridão predomine. Se acontecem tempestades durante o dia, acreditava-se que Nut  tinha chegado mais perto da terra.

Geb também era considerado Deus da morte, pois não deixava os maus espíritos subirem aos céus, para que eles não pudessem prejudicar Nut. Ele segurava os corpos dos mortos para que pudessem passar a eternidade, seguros em seus túmulos. Tinha as cores verdes representando a fertilidade e vida, e o preto representando a lama fértil do rio Nilo, sendo responsável pelas bem sucedidas colheitas.

Nut casou-se com o rei dos Deuses, Rá, mas ela estava apaixonada por Geb. Quando Rá descobriu, ele estava com raiva e disse que Nut não poderia dar origem a todos os filhos durante os 360 dias do ano. Nut foi infeliz e pediu ao Deus da sabedoria, Thoth, para ajudá-la.

Neste momento, a Lua estava tão brilhante como o sol. Thoth pegou uma luz lunar, então a Lua ficava maior e menor a cada mês.  Com esta luz, Thoth fez cinco novos dias, portanto, agora o ano é de 365. Nut deu à luz aos filhos, seus cinco filhos, nesses cinco dias. Quando Osíris, o mais velho nasceu, uma grande voz, disse “O Senhor de toda a terra nasceu.” Seth, seu irmão, nasceu odiando Osíris.


Fonte:

22 agosto 2014

Aprendendo sobre Cristais

Work Witch - Cristais e seu uso mágico: http://youtu.be/E7RZXmpmXfs

13 maio 2014

Héstia








Héstia 

Héstia foi à primeira filha de Chronos e Réia, portanto irmã mais velha de Zeus. Rege o fogo sagrado. Como Ártemis e Athena, optou por manter-se virgem. O fogo de Héstia simboliza a chama que arde no coração dos homens; a vida , o amor à vida ; a vida pelo amor. Ela recebia as honras em primeiro e último lugar, em razão dos direitos especiais de seu nascimento e renascimento. Conta o mito que, à medida que a deusa Rhea dava à luz aos seus filhos, Chronos os engolia, por temer ser por eles destronado. Quando Zeus nasceu, Rhea conseguiu enganar Chronos, dando-lhe uma pedra enrolada em panos para engolir e escondeu Zeus na gruta do Monte Ida, onde ele foi criado por sacerdotes e amamentado pela cabra Amalthea. Quando se tornou adulto, Zeus deu um vomitório para que Chronos expelisse todos os filhos por ele engolidos; a última a ser devolvida foi a primogênita Héstia, daí seu título de “a primeira e a última”.
Diferente de outras divindades, Héstia jamais participou das disputas ou intrigas entre os deuses, nem das guerras promovidas por seus irmãos, adquirindo, assim, o direito de ser reverenciada como o centro da casa e do templo e de receber as honras e oferendas em primeiro e último lugar. Por ter imposto sua vontade de permanecer virgem e de jamais aceitar um homem na sua vida, Ela (assim como Ártemis e Athena) era invulnerável às flechas de Eros e aos feitiços de amor de Afrodite.
É símbolo da pureza, da força e conhecimentos ancestrais; do respeito ao passado que forma cada um de nós. É ao redor dele e de seu calor que, à noite, a família se reúne e, por mais modesto que seja o alimento servido, todos têm nele a possibilidade de um novo dia possível. É símbolo da família. A chama que torna possível os laços de união. A única preocupação da deusa era manter os corações dos homens aquecidos. Alimenta-los com o leite do afeto e da humanidade. Héstia também simboliza a continuidade e preservação das tradições, do saber ancestral. É o símbolo do renascimento dos antigos cultos. De todos os deuses e deusas Héstia era aquela a quem os homens mais amavam e respeitavam , disse Homero.

Como arquétipo, Héstia representa a essência (em grego a palavra é essia), o centro da psique, a própria chama interior da natureza divina. Ela também simboliza a energia feminina invisível que permeia um lugar ou situação e que torna esse local sagrado.
Como deusa virgem, personifica o conceito da auto-suficiência, ou seja, “ser completa em si mesma”, sem precisar da presença de um pai, marido, filho ou amante. Nessa condição, ela podia seguir seus próprios valores e caminhos, sem lutar pelo poder, sem ter que se submeter à autoridade masculina ou fazer concessões. No entanto, o arquétipo de Héstia permanece esquecido e oculto em nosso inconsciente e caberá a nós – mulheres conscientes de sua força e missão espiritual – reacender o fogo sagrado, em nós, em nossas vidas e famílias. Para isso, precisamos encontrar novas formas de manter a união e harmonia familiar, cuidando da alimentação saudável dos filhos, evitando a poluição ambiental e mental pelo consumismo, a invasão dos alimentos refinados e processados. Podemos e devemos criar singelos momentos de silêncio e de gratidão pelo pão diário, em uma oração conjunta nas refeições ou ao redor da chama de uma vela.

É uma deusa humilde, simples e modesta. Somente para ela havia um altar em cada casa; a lareira. Ali ardia uma chama sempre acesa. Os homens pediam que ela abençoasse o alimento antes das refeições e lhe prestavam homenagens ao terminá-la. Para ela havia sempre uma parte nos sacrifícios, mesmo que este se dirigisse a um outro deus; e era dela toda a gordura do sacrifício. Como deusa da família Héstia amava a todas as crianças e as protegiam. Quando estas cresciam, casavam-se e mudavam de casa, levavam consigo uma parte da chama paternal para abençoar e iluminar a nova residência. Dessa forma a chama podia manter-se acesa durante anos, décadas, séculos e até mesmo (por que não?) milênios. No centro de cada cidade havia um prédio público chamado de Pritaneu. No centro do pritaneu, um enorme átrio tinha no seu centro um altar dedicado à deusa, e sobre este altar uma chama em honra à deusa pedia para que ela protegesse a todos que moravam lá. Havia homens dispostos a morrer para não deixar que a chama se extinguisse. Sempre que novas expedições saíam com objetivo de fundar novas aldeias levava consigo um pouco da chama do pritaneu para que assim a cidade a ser fundada fosse abençoada pelas graças da deusa. Era o símbolo de amizade e Xênia entre as cidades.


Héstia e Hermes

Também com Hermes essa deusa compartilha a imagem do fogo sagrado no centro. Hermes (Mercúrio) era o espírito alquímico, imaginado como o fogo elementar . Tal fogo era considerado a fonte do conhecimento intuitivo, simbolicamente localizado no centro da Terra.
Uma outra associação que se pode fazer entre Héstia e Hermes também se refere à sacralização de um espaço. Na Grécia antiga, na parte externa de todos os lares, como uma proteção contra qualquer invasão maléfica existia o "Herma" um pilar que representava Hermes. Vemos assim Hermes e Héstia associados na proteção de um espaço sagrado, enquanto o primeiro protege o exterior a segunda guarda o espaço interior. O pilar e o anel em forma de círculo representam os princípios masculino e feminino respectivamente.
Assim como Hermes exerce a função mediadora que conecta e move a alma, também Héstia tem uma função coesiva na alma que preserva o elemento de plenitude e permite ao indivíduo imaginar "em paz"
A lareira redonda de Héstia com um fogo sagrado no centro é uma forma de mandala, símbolo da integridade e da totalidade.
Sem a presença de Héstia, que se pode observar em certas desordens transitórias da psicose, particularmente das esquizofrenias não existe separação entre os espaços de dentro e de fora, não há barreiras protetoras, que possibilite a permanência das imagens de tal modo que o mundo psíquico todo é vivenciado como transitório e fugaz.

Héstia e sua função de guardiã das imagens



De acordo com o relato de Ovídio, Paládio, uma imagem de Atena em vestes guerreiras, era guardada por Vesta em seu templo localizado em Roma. Tal imagem havia sido roubada de Tróia e acreditava-se que a ela se devia a preservação do império. Vesta foi designada a guardiã dessa imagem de Minerva, graças ao seu poder de iluminação que nunca falha, um poder que tudo vê e que assim preservava com sua luz a integridade do império.
A força de Héstia difere das outras duas deusas virgens Atena e Ártemis, pois enquanto estas manifestam seu poder sob a forma de atos de afirmação, Héstia ilumina e sua luz proporciona proteção e nutrição às imagens.
Jean Shinoda Bolen nos diz ser uma características das deusas virgens a visão e a percepção focada, mas enquanto Atena e Ártemis dirigem sua luz para o exterior, Héstia a direciona para o interior e quando o enfoque se volta para o interior, em direção a um centro espiritual a vida adquire um significado maior, tem-se um ponto de referência interior que nos permite permanecer firmes no meio da confusão, da desordem, da afobação do dia-a-dia.
A condição de guardiã das imagens de Héstia faz-nos entrar em conexão com um outro aspecto dessa divindade, o da hospitalidade. Propiciando um lugar de união de congregação, Héstia oferece hospitalidade às imagens, elas são como espíritos que se corporificam ou se personificam através do acolhimento e do aconchego da lareira de Héstia. Personificar é um modo de conhecer é uma possibilidade de se estabelecer um relacionamento fecundo com o inconsciente.

Simbologia do fogo
Personificação do fogo sagrado, a deusa preside à conclusão de qualquer ato ou conhecimento. Ávida de pureza, ela assegura a vida nutriente, sem ser ela própria fecundante. É preciso observar, além do mais, que toda realização, toda prosperidade, toda vitória são colocadas sob o signo desta pureza absoluta. Héstia, como Vesta e suas dez Vestais, talvez simbolizem o sacrifício permanente, através do qual uma perpétua inocência serve de elemento substitutivo ou até mesmo de respaldo às faltas perpétuas dos homens, granjeando-lhes êxito e proteção.
Consoante o I Ching o fogo corresponde ao sul, à cor vermelha, ao verão e ao coração, sendo que sob este último aspecto ora pode representar a paixão, ora o espírito ou o conhecimento intuitivo.
Tanto no antigo quanto no novo testamento o fogo é elemento que purifica e limpa, tornando-se o veículo que separa o puro do impuro (essa é também a visão da alquimia), destruindo eventualmente este último.
O fogo tem também o aspecto de regeneração e renovação, em muitas culturas primitivas, os inumeráveis ritos de purificação certamente configuram os incêndios dos campos que se revestem, em seguida, de um tapete verde de natureza viva, não é necessário comentar a correspondência psicológica que essa imagem nos traz.

SEUS RITUAIS
Héstia é encontrada em rituais, simbolizada pelo fogo. Para que uma casa se tornasse um lar, a presença de Héstia era solicitada. Quando um casal se unia, a mãe da noiva acendia uma tocha em sua casa e a transportava diante do casal recentemente casado até sua nova casa, para que acendessem a primeira chama em seu lar. Este ato consagrava o novo lar.
Depois que a criança nascia, acontecia um segundo ritual. Quando a criança tinha cinco dias de vida, era levada ao redor da lareira para simbolizar sua admissão na família. Então seguia-se um festivo banquete sagrado.
Da mesma forma, cada cidade-estado grega tinha uma lareira comum com um fogo sagrado no edifício principal, onde os convidados se reuniam oficialmente. Cada colônia levava o fogo sagrado de sua cidade natal para acender o fogo da nova cidade.
Portanto, onde quer que um novo casal se aventurasse a estabelecer um novo lar, Héstia vinha com eles com o fogo sagrado, ligando o lar antigo com o novo, talvez simbolizando continuidade e ligação, consciência compartilhada e identidade comum.
 
RITUAL DE PURIFICAÇÃO
"Vesta da Chama Sagrada
Deusa da purificação e renovação,
Dama que liberta os cativos,
Derrame suas labaredas purificantes sobre meu coração e minha alma.
De modo que minha vida se renove,
e que meu espírito fique receptivo.
Desperte minha mente
para novas oportunidades.
Chame meu espírito para um
maior conhecimento espiritual.
Revele-me seus Mistérios Ocultos
Para que eu possa
experimentar uma nova iniciação.
Purifique-me e abençoe
ó, Vesta!!!"



Estrofes da poesia "Todas as Vidas" de Cora Coralina que sabia como poucos hospedar as imagens, dando-lhes vida, calor e encanto, bem ao modo de Héstia.
Vive dentro de mim Vive dentro de mim
uma cabocla velha a mulher roceira.
de mau olhado, - Enxerto da terra
acocorada ao pé do borralho meio casmurra.
olhando pra o fogo. Trabalhadeira.
Benze quebranto Madrugadeira.
Bota feitiço... Analfabeta.
Ogum, Orixá. Bem parideira.
Macumba,terreiro Bem criadeira.
Ogã, pai-de-santo... Seus doze filhos.
Seus vinte netos..
Vive dentro de mim
a mulher do povo. Vive dentro de mim
Bem proletária. a mulher da vida.
Bem linguaruda, Minha irmãzinha...
desabusada , sem preconceitos tão desprezada,
de casca grossa, tão murmurada...
de chinelinhas, Fingindo alegre seu triste fado.
e filharada.
Todas as vidas dentro de mim:
Na minha vida -
A vida mera das obscuras.




O que Héstia pode nos ensinar? 

1º) Que todos nós, especialmente nós mulheres para quem a casa representa tanto nosso espaço interno, devemos ter sempre no local onde vivemos, um lugar onde Héstia, representando nosso Fogo Sagrado, nossa energia vital, nossa alma possa "habitar". Devemos ter nesse lugar objetos e lembranças significativos e importantes para nós e enfeitá-lo para que seja nosso "centro" dentro da casa em que vivemos. Mesmo que só tenhamos um quarto ou até parte de um quarto, devemos reservar um cantinho nosso e da nossa Héstia interna, onde possamos nos sentir em casa, protegidas da luta diária e onde possamos recuperar nossas forças, energia e aquietar nossa mente e nosso coração.

2º) Mas, mais importante que esse centro dentro da nossa casa, precisamos construir esse centro dentro de nós. Um espaço de quietude, de serenidade, mas com nosso Fogo Sagrado onde possamos voltar, especialmente quando estamos mais perdidas de nós mesmas. Construir esse espaço pode ser tarefa para toda vida, mas só a partir dele é que podemos aspirar a uma certa sabedoria diante da vida.

Meditação com Héstia – Reunindo a Família na Lareira

Héstia é a deusa do lar, aquela que segura a chama do carinho, da cooperação em casa. Protetora das famílias. É aquela que estará em casa, à sua espera, para lhe dar conforto e energia para depois poder sair e enfrentar o mundo lá fora.
Hoje vamos ver uma meditação especial com Héstia, sobre o nosso lar e tudo que acontece nele. Seguuuuuuuuuuuura emoção!
Antes de começar preciso que acenda uma vela à sua frente, ou, se tiver uma lareira, sente-se de frente à ela. Antes, também, olhe fotos das pessoas de sua família e marque seus rostos. Lembre dos bons e maus momentos.

 

Prontinho? Sem pressa!
Vamos lá…
Feche os olhos… respire fundo três vezes. Relaxe. Solte os músculos. Esqueça o mundo ao redor.
Mergulhe na sua mente, nesse oceano de memórias e depois volte…
Vai vislumbrar sua casa. Você está do lado de fora. Venha, venha para sua casa.. ela está sem ninguém, escura, com tudo fechado. O que vai fazer primeiro?
Perceba que você está com a chave na mão. Vá lá e abra a porta, tranquilamente.
Abra as janelas.
Abra as portas.
Chame os nomes das pessoas que moram com você. A sua família toda. Você os ama verdadeiramente? Não chame ninguém que despreze.
Na sua casa há uma lareira na sala. Acenda-a e relaxe. Tem uma garrafa de vinho aberta pertinho de você.  Pode beber se quiser. Aos poucos as pessoas da sua casa virão. Cumprimente-as e diga como se sentiu sem elas.
Converse com eles, como sabe que conversariam. Em certo ponto a deusa Héstia irá surgir das chamas da lareira, e ninguém perceberá, exceto você.
A deusa não vai falar nada, apenas irá energizar a família. Sinta seu calor harmonizando todas as energias. O que você sente? O que você percebe? Falta algo?
Assim que a deusa sumir, volte a conversar com o pessoal.
Dê a cada um deles um presente, que você realmente gostaria de dar. Seja energia para curar uma depressão, seja um saco de moedas para emprego, seja uma cesta de chocolate para amor, e por aí vai. Você também vai ganhar presentes, mas esses presentes será a deusa Héstia mostrando a você o que possui no coração das pessoas da sua casa.

Levante-se, deixe o pessoal lá, batendo papo. Despeça-se dizendo que precisa dar uma saída. Abra a porta e tranque-a, com carinho, sabendo que eles estão em segurança. Agora vá embora. Sinta tudo ficando escuro…
Volte para o seu consciente.
Abra os olhos.
Anote os presentes que deu e recebeu. Tente o máximo fazer isso tornar-se real, pois estas são instruções da deusa Héstia, para um lar feliz.
Obs.: a lareira representa o coração da casa, na sala, onde as pessoas se juntam.E não a TV.


Oração a Héstia

"Ó Grande Héstia
Deusa do Fogo Interior;
O fogo que habita
nossos Corações;
Chamo tua presença
a tua Força e a tua Paz;
Para Consagrar em todos nós
o nosso Sagrado Lar Interior;
Aquel quenos aquece,
que nos ilumina e nos transforma.
Esteja presente na
nossa Centelha Divina;
Nos abençoando, nos protegendo
e nos transformando no caminho
do Amor, da Luz e da Verdade.
Que assim seja"

07 março 2014

A Lenda da Rainha Pagã - The pagan queen


A Lenda da Rainha Pagã 


Título Original: The Pagan Queen
Filme - Drama
ELENCO = Winter Zoli, Csaba Lucas, Lea Mornar,Vera Filatova, Veronika Bellová, Ivo Novák
DIRETOR - Constantin Werner
EUA/República Tcheca - 2009
DURAÇÃO - 91 minutos 

A Lenda da Rainha Pagã é um drama com alguns elementos de fantasia baseado na lenda de Libuse, a rainha eslava do século 8 da região da Bohemia. Dotada do poder de ver o futuro, essa extraordinaria mulher teoricamente viveu numa turbulenta época de mudanças culturais, sendo a fundadora da cidade de Praga, mais tarde capital da Tchecoslováquia.

Meu Comentário

Um filme de poucos recursos, mas consegue desenrolar a historia muito bem. 
A história de Libuse (pronuncia-se Libuchê), filha de um bondoso rei e uma fada da floresta . Libuse tem um espírito puro e bom (possui o dom de ver o futuro, para ela passado e futuro são devendados pelos espíritos da natureza) e conta sempre com o auxílio de sua irmãs Kazi, uma curandeira e Teta, a sacerdotisa , e juntas elas tem a sabedoria necessária para governar em paz e prosperidade apos a Morte de seu Pai. Mas as cobranças para que a Rainha se case aumentam e junto com elas os problemas da nova rainha que precisa aprender a governar e ouvir seu coração Pagão.


Vale muito apena assistir este belo filme cheios de conceitos e uma visão sobre o contato do Homem com a Natureza e com sua própria natureza.


10 fevereiro 2014



 As problemáticas de se ter um altar

Você pode estar olhando esse título e estar pensando: “Como assim problemáticas? Ter um altar é ótimo, só traz benefícios!”. Com certeza, não posso negar que montar o seu altar é um dos primeiros passos no caminho mágico e é por ele que você, diariamente, constrói o seu contato com os Deuses e elementais, celebra, faz seus encantamentos, feitiços e consagrações e etc… Mas não só por ele.

E quem não pode ter um altar? Seja por questões de espaço ou questões de inquisição familiar, não é raro o número de bruxos que não tem instrumentos ou não tem um altar montado. Podemos então dizer que por isso essa pessoa é menos bruxa/mago?


Vamos nos remeter ao passado, pegando Avalon como exemplo. A ilha de Avalon era um lugar de druidas e sacerdotisas, CONFIRMADA HISTORICAMENTE POR PERGAMINHOS, onde havia somente um altar. Mesmo que existissem lá 100 praticantes, só havia um altar, pois só a alta sacerdotisa e o sacerdote necessitavam e mexiam neles com propriedade e os outros compartilhavam do local, usavam em conjunto, faziam oferendas em conjunto e etc… Os outros 98 continuavam sendo chamados de bruxas e magos.

Hoje, a maioria de nós é solitária, por isso a importância do altar. Mas vou lhes dizer uma coisa. De que vale um altar lindo, instrumentos caros, se não houver oferta? E não estou falando da oferenda no prato do altar, estou falando da oferta pessoal. Ofertar a nós mesmos pelos Deuses diariamente faz muito mais diferença e engrandece muito mais do que ter um altar.

Ao invés de ficar preocupado em montar um lindo altar, preocupe-se primeiro em desenvolver um contato verdadeiro e diário com as representações do
seu altar. Abra a janela do seu quarto todos os dias de manha e dê bom dia aos elementais, se conecte com os elementos, saude os Deuses, agradeça, dance para eles, compartilhe seu dia com eles. De outra forma, você vai só montar um altar para deixar acumulando pó e esbanjando uma Wiccaniedade falsa, material. Material demais para uma bruxa/mago que vive pela natureza. Portanto se você não pode montar um altar por N motivos, não se preocupe. Você não é menos mago ou bruxa por isso, não importa o que digam. Mais vale o que os Deuses pensam de você e o contato real que você tem com a natureza do que instrumentos que simbolizam esse contato, que muita das vezes pode nem existir. Pense nisso…

]
 Meu Altar, altar wicca, Wicca

Fonte: Coalizão Mística Frutos do Beth Carvalho

04 fevereiro 2014

Feliz Lammas 2014:


A minha Celebração começou no sexta preparando e organizando meu final de semana, no sábado com as compras e os preparativos, no domingo fiz um pão caseiro para tomarmos café (ficou um pouco duro mas valeu) fui cedinho para uma praia em Sao Vicente para consagrar meu  tambor (Praia da Vaca- reserva indigina). No fim da tarde celebrei com meu Coven e a noite como podem ver meu altar revela como foi minha celebração. 
1 - Consagrei meu Tambor;
2 - Queimei agradecimentos de colheitas maravilhosas;
3 - Queimei algumas sementes podres;
4- Consagrei e selei minha garrafa da bruxa para proteção;
5 - fiz minha oferenda de prosperidade;
6 apresentei minha boneca de palha deste ano;
7 - Grande Rito com Cerveja (visto que a mesma é feita de cevada);
8 - Cantei, toquei tambor, meditei e realizei meu banquete com batata doce e cerveja.
............................................Gratidão e Feliz Colheita.


Lammas 

17 janeiro 2014

Yemanja Rainha do Mar e do Lar















YEMANJÁ
“Iemanjá, é o orixá dos Egbá, uma nação iorubá estabelecida outrora na região entre Ifé e Ibadan, onde existe ainda o rio Yemoja. Com as guerras entre nações iorubás levaram os Egbá a emigrar na direção oeste, para Abeokuta, no início do século XIX.

Não lhes foi possível levar o rio, mas, transportaram consigo os objetos sagrados, suportes do axé da divindade. E o rio Ògùn, que atravessa a região, tornou-se, a partir de então, a nova morada de Iemanjá. Este rio Ògùn não deve, entretanto, ser confundido com Ògún, o orixá do ferro e dos ferreiros.”





Apesar de continuar sendo saudada com a exclamação “Odo Iyá” (a mãe do rio), na Bahia, para onde grande quantidade de Egbás de Abeokutá foi trazida, Yemanjá tornou-se deusa das águas salgadas.
Isso se deve ao fato de Yemanjá ser miticamente considerada filha do poderoso orixá Olokum (o oceano). De acordo com essa lenda, Olokum tem papel tão importante na obra da criação como aquele correspondente a Olorum, o ser supremo. A verdade guardada nessa interpretação está na eterna comunhão entre o céu e o mar. No entanto, no dia da festa de Yemanjá em Salvador, as primeiras cerimônias sempre ocorrem nas águas doces do Dique do Tororó antes de seguir para o mar. Para os yorubás das regiões de Benin, Lagos, Porto Novo e Ifé, Yemanjá (ou Yemowo) forma com Obatalá o primeiro casal divino. Já em Oyó, uma variante dessa lenda diz que ela seria filha de Obatalá e esposa de Aganju. De um jeito ou de outro, todos concordam que o nascimento dos orixás é fruto da complicada relação que Yemanjá teve com um de seus filhos, e cujo amor pecaminoso foi repelido por ela com repugnância, levando-a fugir, transformando-se em água para sempre.
A majestade dos mares. Senhora dos oceanos, sereia sagrada, é também conhecida por dona Janaína, Inaê, Princesa de Aiocá e Maria, no paralelismo com a religião católica. Aiocá é o reino das terras misteriosas da felicidade e da liberdade, imagem das terras natais da África, saudades dos dias livres na floresta. Iemanjá é a Rainha das águas salgadas, considerada como mãe de todos Orixás, regente absoluta dos lares, protetora da família. Chamada também como a Deusa das Pérolas, Iemanjá é aquela que apara a cabeça dos bebês no momento do nascimento. Por isso à ela também pertence a fecundidade. Junta-se ao orixá Oxalá complementando-o como o Princípio Gerador Feminino.



Comparada com as outras divindades do panteão africano, Yemanjá é uma figura extremamente simples. Ela é uma das figuras mais conhecidas nos cultos brasileiros, com o nome sempre bem divulgado pela imprensa, pois suas festas anuais sempre movimentam um grande número de iniciados e simpatizantes, tanto da Umbanda como do Candomblé.

Pelo sincretismo, porém, muita água rolou. Os jesuítas portugueses, tentando forçar a aculturação dos africanos e a aceitação, por parte deles, dos rituais e mitos católicos, procuraram fazer casamentos entre santos cristãos e Orixás africanos, buscando pontos em comum nos mitos.

Para Yemanjá foi reservado o lugar de Nossa Senhora, sendo, então, artificialmente mais importante que as outras divindades femininas, o que foi assimilado em parte por muitos ramos da Umbanda.
Mesmo assim, não se nega o fato de sua popularidade ser imensa, não só por tudo isso, mas pelo caráter, de tolerância, aceitação e carinho. É uma das rainhas das águas, sendo as duas salgadas: as águas provocadas pelo choro da mãe que sofre pela vida de seus filhos, que os vê se afastarem de seu abrigo, tomando rumos independentes; e o mar, sua morada, local onde costuma receber os presentes e oferendas dos devotos.
Numa Casa de Santo, Yemanjá atua dando sentido ao grupo, à comunidade ali reunida e transformando essa convivência num ato familiar; criando raízes e dependência; proporcionando sentimento de irmão para irmão em pessoas que há bem pouco tempo não se conheciam; proporcionando também o sentimento de pai para filho ou de mãe para filho e vice-versa, nos casos de relacionamento dos Babalorixás (Pais no Santo) ou Ialorixás (Mães no Santo) com os Filhos no Santo. A necessidade de saber se aquele que amamos estão bem, a dor pela preocupação, é uma regência de Yemanjá, que não vai deixar morrer dentro de nós o sentido de amor ao próximo, principalmente em se tratando de um filho, filha, pai, mãe,

outro parente ou amigo muito querido. É a preocupação e o desejo de ver aquele que amamos a salvo, sem problemas, é a manutenção da harmonia do lar.
Essa força da natureza também tem um papel muito importante em nossas vidas, pois é ela que vai reger nossos lares, nossas casas. É Iemanjá que vai dar o sentido de “família” a um grupo de pessoas que vivem debaixo de um mesmo teto. Ela é a geradora e personalidade ao grupo formado por pai, mãe e filhos, transformando-os num grupo coeso.


Iemanjá é o sentindo de educação que damos aos nossos filhos, os mesmos que recebemos de nossos pais, que aprenderam com nossos avós. Ela, Iemanjá, rege até o castigo, as sanções que aplicamos aos filhos. É o sentido básico, é a base da formação de uma família, aquela que vai gerar o amor do pai pelo filho, da mãe pelo filho, dos filhos pelos pais, transformando tais sentimentos num só, poderoso, imbatível, que se perpetuará.
Iemanjá é a família! Rege as reuniões de família, os aniversários, as festas de casamento, as comemorações que se fazem dentro da família. É o sentido da união, seja ligado, por laços consanguíneos, ou não.


Iemanjá também está presente nas decisões, nos momentos de angústia e preocupação pelo ente querido, pois seus sentimentos geram os nossos, A necessidade de saber se aqueles que amamos estão bem, a dor pela preocupação, é uma regência de Iemanjá, que não vai deixar morrer dentro de nós o sentido de amor ao próximo, principalmente em se tratando de um filho, filha, pai, mãe, outro parente, ou amigo muito querido. E estendemos isso, também, às comunidades da Religião. Iemanjá representa a preocupação e o desejo de ver aquilo que amamos a salvo, sem problemas. É a manutenção da harmonia do lar.
Está presente também no nascimento, pois é ela quem vai aparar a cabeça do bebê, exatamente no momento do seu nascimento. Se Exu fecunda e Oxum cuida da gestação, é Iemanjá quem vai receber aquela nova vida no mundo e entregá-la ao seu regente, que inclusive pode ser até ela mesma. Isto tem uma importância muito grande, no sentido e na visão da Cultura Africana, sobre a fecundação e concepção da vida humana. Iemanjá é a senhora dos lares, pois, desde o nascimento, ou a partir do nascimento, ela cuidará da família.
Daí o titulo de Iyá (mãe), melhor, Iyá – Ori (mãe da cabeça) e plasmadora de todas as cabeças; aquela que gera o Ori, que dá o sentido da vida e nos permite pensar, raciocinar, viver normalmente como seres pensantes e inteligentes.
Apesar dos preceitos tradicionais relacionarem tanto Oxum como Yemanjá à função da maternidade, pode estabelecer-se uma boa distinção entre esses conceitos. As duas Orixás não rivalizam (Yemanjá praticamente não rivaliza com ninguém, enquanto Oxum é famosa por suas pendências amorosas que a colocaram contra Iansã e Obá). Cada uma domina a maternidade num momento diferente.
Por ser a Senhora dos Oceanos, tem uma função primordial na dissipação e transmutação das energias deletérias. São seus mensageiros, os espíritos que trabalham na vibração de Iemanjá responsáveis por quase toda a limpeza astral do planeta, e sua renovação. Mesmo Oxum e Iansã, também Orixás responsáveis por essa tarefa levam suas águas e ventos até o mar, para que lá haja a total renovação. Não é a toa que o líquido amniótico é salgado, não é a toa que o banho de sal grosso é tão forte na retirada de energias maléficas. “Por ser a água do mar essa fonte de vida e renovação, de transmutação da matéria é que Iemanjá também é muita acionada” em todos os trabalhos de magia, pois sua energia primordial molda e cria qualquer coisa.
Iemanjá está presente nos mares e oceanos. É a Senhora das águas salgadas e será ela que proporcionará boa pesca nos mares, regendo os seres aquáticos e provendo o alimento vindo de seu reino. Iemanjá é a onda do mar, o maremoto, a praia em ressaca, a marola, É ela quem controla as marés, é ela quem protege a vida no mar.

CORRESPONDENCIA
Saudação – Odô Iyá e/ou Odô Fiaba
Data – 2 de Fevereiro. Em algumas casas – 15/08 e 08/12.
Dia da semana - Sábado
Signo – Câncer
Numero – 4
Fio de Contas - Contas e Missangas de cristal. Firmas cristal.
Comidas e bebidas – Ebo ya (canjica branca com cebolas fritas e camarões no azeite doce), Cuscuz com tainha, Manjar do Céu (Leite, maizena, leite de coco, açúcar) ou outros manjar, camarão, Peixes de agua salgada, bolo de arroz, mamão, Acaçá branco, Sagu com leite de coco (Colocar o sagu de molho em água pura de modo a inchar, depois de inchado, retirar a água e levar ao fogo com leite de coco, de modo a fazer um mingau bem grosso, colocar em tigela de louça branca), Canjica branca (Canjica branca cozida, leite de coco. Colocar a canjica em tigela de louça branca, despejando mel por cima, e uvas brancas, se desejar) E bebida agua mineral, Champanhe e Vinho Branco.
Animais – Peixes, cabra branca, pata ou galinha branca.
Frutas - Menos a manga espada e goiaba. Todas as outras sim.
Flores – Rosas brancas, palmas brancas, angélicas, orquídeas, crisântemos brancos.
Cores e Velas – Prateado, transparente, branco e azul-claro. Em algumas casa – Cristal, verde ou rosa claro.
Metal – Prata e Prateado
Membros do Corpo/ Saúde – cabeça (inconsciente e equilibro mental), cérebro(comanda o corpo).
Chakra - Frontal
Incensos e Ervas – Alfazema, Macaça, Camomila, erva-doce e lírio branco, musgo marinho, jasmim, jasmim de cabo, jequitibá rosa, rosa branca, folha de leite, flor de laranjeira.
Essências - Jasmim, Rosa Branca, Orquídea, Crisântemo.
Pedras – Cristais brancos, pérolas, Água Marinha, Lápis-Lazúli, Calcedônia, Turquesa e diamantes.
Planeta – Lua
Elemento – Agua
Símbolos/Objetos – Abebe branco (tipo espelho), lua minguante, leque, espada, cabaça, peixes, conchas, estrelas-do-mar, cavalo-marinho, búzios, bonecas, espelhos, arpoes, correntes (pencas) de conchas, braceletes e pulseiras.
Sincretismo - Nossa Senhora das Candeias, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora dos Navegantes.
Incompatibilidades - Poeira, Sapo
Arquétipos dos filhos – Voluntariosos, forte, rigorosos, altivos, e algumas vezes impetuosos, arrogantes, tem sentido de hierarquia, fazem se respeitar, são justos e formais, põem à prova as amizades que lhe são devotadas, custam a perdoar e se perdoam não esquecem jamais, preocupam-se com os outros, são maternais e sérios, sem possuírem a vaidade de Oxum, gostam do luxo, das fazendas azuis e vistosas, das joias caras. Tem tendências a vida suntuosa, mesmo se as possibilidades não lhes permitem tal falso.
Mito
Filha de Olokun, Iemanjá nasceu nas águas. Teve três filhos: Ogum, Oxossi e Exu.
Conta a lenda que Ogum, o guerreiro, filho mais velho, partiu para as suas conquistas; Oxossi, que se encantara pela floresta, fez dela a sua morada e lá permaneceu, caçando; e Exu, o filho problemático, saiu pela mundo.
Sozinha Iemanjá vivia, mas sabia que seus filhos seguiam seus destino e que não podia interferir na vida deles, já que os três eram adultos.
Comentava consigo mesma:
- Ogum nasceu para conquistar. É bravo, corajoso, impetuoso. Jamais poderia viver num lugar só. Ele nasceu para conhecer estradas, conquistar terras, nasceu para ser livre. Exu, que tantos problemas já me deu, nasceu para conhecer o mundo e dos três é o mais inconstante, sempre preparado surpresas; imprevisível, astuto, capaz de fazer o impossível, também nasceu para conhecer o mundo. Oxossi, meu querido caçula, bem que tentei prendê-lo a mim, mas no fundo sabia que teria seu destino. Ele é alegre, ativo, inquieto. Gosta de ver coisas belas, de admirar o que é bonito e é um grande caçador. Nasceu para conhecer o mundo também e não poderia segurá-lo.
Iemanjá estava perdida em seus pensamentos quando viu que, ao longe, alguém se aproximava. Firmou a vista e identificou-o: era Exu, seu filho, que retornara depois de tanto tempo ausente. Já perto de sua mãe, Exu saudou-a e comentou:
- Mãe eu andei pelo mundo, mas não encontrei beleza igual à sua. Na conheci ninguém que se comparasse a você!
- O que está dizendo, filho? Eu não entendo!
- O que quero dizer é que você é a única mulher que me encanta e que voltei para lhe possuir, pois é a única coisa que me falta fazer neste mundo!
E sem ouvir a resposta de sua mãe, Exu tomou-lhe à força, tentando violentá-la. Uma grande luta se deu, pois Iemanjá não poderia admitir jamais aquilo que estava acontecendo. Bravamente, resistiu às investidas do filho que, na luta, dilacerou os seis da mãe. Enlouquecido e arrependido pelo que fez, Exu “caiu no mundo”, sumindo no horizonte.
Caída ao chão, Iemanjá entre a dor, a vergonha, a tristeza e a pena que teve pela atitude do filho, pediu socorro ao pai Olokun e ao Criador, Olorun. E, dos seus seios dilacerados, a água, salgada como a lágrima, foi saindo, dando origem aos mares.
Exu, pela atitude má, foi banido para sempre da mesa dos Orixás, tendo como incumbência eterna ser o guardião, não podendo juntar-se aos outros, na corte.
Iemanjá que, deste modo, deu origem ao mar, procurou entender a atitude do filho, pois ela é a mãe verdadeira e considerada a mãe não só de Ogum, Exu e Oxossi, mas de todo o panteão dos Orixás.
Qualidades do Orixá Yemanjá
São 7 as qualidades, e por possuírem características tão próprias, há quem chegue a considerar que se trata de orixás individuais (independentes) das outras qualidades. Yemanjá rege a inteligência humana por isso tem o título de Iyá Orí.

QUALIDADES
Yemanjá Asagba ou Sobá: Ligada a Airá, lufã e Orunmilá, fia algodão, usa corrente de prata no tornozelo, carrega abebé e sua energia é a espuma branca do mar, veste branco com prata.
Yemanjá Akurá: Vive nas espumas do mar, aparece vestida com lodo do mar e coberta de algas marinhas. Muito rica e pouco vaidosa. Adora carneiro, ligada a Nanã, veste branco aperolado.
Yemanjá Ataramogba: Vive na espuma da ressaca da maré, guerreira e ligada a Xangô, veste branco e nuances de cores claras.
Yemanjá Iyaoyó ou Awoyò; : É uma das mais velha, possui ligação com Oxalá, Oxumarê e Xangô, Veste branco e cristal, responsável pelas marés.
Yemanjá Maleleo ou Maylewo: Esta Yemanjá vive nos grandes lagos, tímida, não se pode tocar no rosto do Iyawò, veste verde claro.
Yemanjá Iyágunté: Mãe do rio ógun, esta Yemanjá guerreira usa espada e tem ligação com Ogun e Oxaguian, carrega abebé, veste azul claro.
Yemanjá Sessu, Iyasessu: Voluntariosa e respeitável ligada a Babá Olokun, vive nas águas agitadas da costa e come inhame, suas contas são verdes translúcidos, veste verde e branco.
Teremos ainda outras Yemanjás com nomes, títulos e cultos extintos:
Yemanjá Olossá ou Oloxá: Ligada a com Oxum e Nanã. Veste verde-clara e suas contas são branco cristal. É a Yemanjá mais velha da terra de Egbado, não há iniciados no Brasil.
Yemanjá Iya Massê: que é a mãe de xangô
Yemanjá Iyakú, Iya Odo, Iya Ewá, Iyá Tapá, Iya Tonà,etc.

As Características Dos Filhos De Yemanjá
Pelo fato de Yemanjá ser a Criação, sua filha normalmente tem um tipo muito maternal. Aquela que transmite a todos a bondade, confiança, grande conselheira. É mãe. Sempre tem os braços abertos para acolher junto de si todos aqueles que a procuram. A porta de sua casa sempre está aberta para todos, e gosta de tutelar pessoas. Tipo a grande mãe. Aquela mulher amorosa que sempre junta os filhos dos outros com os seus.
O homem filho de Yemanjá carrega o mesmo temperamento: é o protetor. Cuida de seus tutelados com muito amor. Geralmente é calmo e tranqüilo, exceto quando sente-se ameaçado na perda de seus filhos, isto porque não divide isto com ninguém. É sempre discreto e de muito bom gosto. Veste-se com muito capricho. É franco e não admite a mentira. Normalmente fica zangado quando ofendido e o que tem como ajuntó o orixá Ogum, torna-se muito agressivo e radical. Diferente é quando o ajuntó é Oxóssi, aí sim, é pessoa calma, tranqüila, e sempre reage com muita tolerância.
O maior defeito do filho de Yemanjá é o ciúme. É extremamente ciumento com tudo que é seu, principalmente das coisas que estão sob sua guarda. Gostam de viver num ambiente confortável e, mesmo quando pobres, pode-se notar uma certa sofisticação em suas casas, se comparadas com as demais da comunidade de que fazem parte. Apreciam o luxo, as jóias caras e os tecidos vistosos e bons perfumes. Entretanto, não possuem a mesma vaidade coquete de Oxum, sempre apresentando uma idade maior, mais responsáveis e decididos do que os filhos da Oxum. A força e a determinação fazem parte de suas características básicas, assim como o sentido de amizade, sempre cercada de algum formalismo. Apesar do gosto pelo luxo, não são pessoas ambiciosas nem obcecadas pela própria carreira, detendo-se mais no dia a dia, sem grandes planos para atividades em longo prazo.
Pela importância que dá a retidão e à hierarquia, Yemanjá não tolera mentira e a traição. Assim sendo, seus filhos demoram a confiar em alguém, e quando finalmente passam a aceitar uma pessoa no seu verdadeiro círculo de amigos, deixam de ter restrições, aceitando-a completamente e defendendo-a, seja nos erros como nos acertos, tendo grande capacidade de perdoar as pequenas falhas humanas. Não esquecem uma ofensa ou traição, sendo raramente esta mágoa esquecida.
Um filho de Yemanjá pode tornar-se rancoroso, remoendo questões antigas por anos e anos sem esquecê-las jamais. Fisicamente, existe uma tendência para a formação de uma figura cheia de corpo, um olhar calmo, dotada de irresistível fascínio (o canto da sereia). Enquanto os filhos de Oxum são diplomatas e sinuosos, os de Yemanjá se mostram mais diretos. São capazes de fazer chantagens emocionais, mas nunca diabólicas. A força e a determinação fazem parte de seus caracteres básicos, assim como o sentido da amizade e do companheirismo.
São pessoas que não gostam de viver sozinhas, sentem falta da tribo, inconsciente ancestral, e costumam, por isso casar ou associar-se cedo. Não apreciam as viagens, detestam os hotéis, preferindo casas onde rapidamente possam repetir os mecanismos e os quase ritos que fazem do cotidiano.
Todos esses dados nos apresentam uma figura um pouco rígida, refratária a mudanças, apreciadora do cotidiano. Ao mesmo tempo, indicam alguém doce, carinhoso, sentimentalmente envolvente e com grande capacidade de empatia com os problemas e sentimentos dos outros. Mas nem tudo são qualidades em Yemanjá, como em nenhum Orixá. Seu caráter pode levar o filho desse Orixá a ter uma tendência a tentar concertar a vida dos que o cercam - o destino de todos estariam sob sua responsabilidade. Gostam de testar as pessoas.